Antes que comecem os mexericos tenho duas coisas a dizer: não comprei este vinho, mandou-me uma empresa de comunicação que tem a conta da CARMIM; segundo, bebi este vinho consciente de que bebia um vinho novo, da vindima deste ano.
Há uma tradição portuguesas - a qual não concordo, mas entendo - de se beber vinho novo no final do Outono. O primeiro vinho é aberto por alturas do São Martinho, que acontece por volta de meados de Novembro e tradicionalmente ocorre uma subida da temperatura. Este é um país de tradição vitivinícola e até há bem pouco tempo o vinho era encarado como um alimento essencial (se é que ainda não o é para muita gente com fortes raízes rurais). Por isso, entendo perfeitamente a tradição de se beber vinho novo e até o prazer de muita gente e o fazer.
Por isso, casas de alguma dimensão têm olhado para esse mercado tradicional e posto à venda marcas de vinho novo. Entende-se, é negócio. Tudo isso tem lógica e está certo.
Contudo, o acerto do negócio e a tradição não garantem qualidade. Provei o CARMIM Vinho Novo 2006 Tinto e aquilo é o que é. Uma bebida inacabada e insuportável. Acabo por ser condescendente, por via da tradição, e dar-lhe mais meio ponto na nota, porque o que este vinho merecia era mesmo só a nota mínima.
Este vinho lembrou-me as tabernas que ainda vi em Lisboa. Diz-se que o vinho não tem cheiro, mas aroma... este tem cheiro: a vinhum! Cheira a taberna! Um enjoo! Depois emana um abaunilhado que só abrava a náusea. O sabor é intenso a mosto. O que esperar? O vinho é novo.
Região: Regional Alentejano
Produtor: CARMIM - Cooperativa Agrícola de Reguengos de Monsaraz
Teor alcoólico: 15%
Nota: 1,5/10
sexta-feira, dezembro 15, 2006
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1 comentário:
Prezado João, mais uma vez agradeço pela visita e comentário em meu blog. Tem razão em tudo que disse. Exemplo de que quantidade não é necessariamente falta de qualidade temos num vinho chileno, o "Gato Negro", que é o mais vendido do mundo (25 milhões de litros/ano). É um vinho de supermercado, na casa dos R$ 19 (6 euros), com excelente custo-benefício. Assim como também já comentei vinhos brasileiros, de vinícolas familiares, que se vangloriam da pequena produção, mas não têm a qualidade esperada. Bem se vê que você é mesmo um adepto do mandamento "não te tornarás um enochato". É um amante dos vinhos, quaisquer que sejam suas origens, desde que sejam bons! Forte abraço.
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